28.7.06

Grito


Hoje quis sentir o nosso abraço. E desejei tanto que fosse possível. E como desejei ser menos cobarde para te agarrar! Para te arrancar ao que te prende! Mas só o que sinto não chega e não tem a força necessária... Afinal é já tudo de pedra à nossa volta. Mas posso lembrar que o meu amor existe, enquanto o tento transformar em algo que seja por todos aceite e não te fira e te deixe viver. Hoje precisei de um abraço teu porque não sei onde pertenço... E porque não o tenho, ou não o posso ter... ainda assim, em mim persiste esta vontade de te abraçar da forma verdadeira com que o meu sonho te quis agarrar. Tudo isto parece sem sentido... nem saberei o que estou a dizer, porque se trata do grito, acto reflectido de quem precisa de gritar!

20.7.06

Devias estar aqui rente aos meus lábios
Para dividir contigo esta amargura
Dos meus dias partidos um a um...

EA

A certeza

A certeza de que estou sempre a começar...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que serei interrompida antes de terminar....

É preciso...

Fazer da interrupção um caminho novo ...
Fazer da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

19.7.06

Olho e não te vejo...

16.7.06

"E a vida encurrala-me aqui, neste espaço. É um espaço pequeno, de onde não posso escapar... Não há alternativa: chegou o momento de conversarmos.
É tempo já de nos olharmos nos olhos e deixarmos de nos tentar esconder.
Não há porque fugir... haverá?
Por acaso será fugir mais fácil do que enfrentar de uma vez o que só espera para acontecer? Quando o sono já não chega e palavra nenhuma nos convence, não podemos adiar mais.
A distância destrói na medida em que se mantém como uma morte imposta pelo espaço entre duas pessoas. E não há como ignorar a dor.
A dor de esquecer mais um episódio feliz ou triste, de acordar de mais um sonho que se alongou para lá do sono. É um acrescentar de cicatrizes, numa pele já tão marcada que chego a pensar não haver mais espaço para outra marca...
Tudo vivido tão intensamente que me esqueci de acordar, que me esqueci que não podia ser por aqui. Perdi-me num caminho qualquer à medida que queria chegar mais e mais dentro do sonho, mais e mais dentro de ti....
Serve-me agora uma aparência forte, de nada-me-abala. Fria ou insensível. Seja. Chegou a hora de me fechar para o fechar das feridas. Dói-me a dor e dói-me o esforço de a engolir, de a prender bem dentro, junto das outras dores.
E tenho a sensação que não aguento da próxima vez.
Não foi a primeira vez, nem será a última.
Até à próxima."

Acorda de manhã com a cara da noite, que a mágoa não deixou dormir… na beleza da pele, repousa o frio do transporte…sente-se isolada!...chega ao encontro de um calor, que nunca a aquece… e já tanto dia, tanta noite sem direcção!
Olhando, parece a menina bonita mais triste do Mundo! …é um corpo preocupado, em movimentos de uma sedução inevitável…entra num refeitório com postura de rainha e aparentemente alheada…sente-se observada e lança um breve olhar no espelho tentando retocar a perfeição… trespassa o longo cabelo com pequenos dedos, numa mesa onde já controla a conversa e esboça um sorriso que engana …vê-se a luz da sua essência num lapso de felicidade que contagia, headstrong! …e depois?...depois mexe um café sem açúcar just because, e fixa o vazio…é a silhueta do seu jeito tão de mulher…é o brilho dos olhos, que na sua beleza esconde a criança que sofreu por crescer antes de… enquanto sonha sempre, e só, com as coisas mais simples da vida… quer ser feliz, apenas! Ouve “música de letra” e encarna a personagem… é que ontem deixou a dor que hoje vive na expressão de uma enganadora altivez, e na sensibilidade oculta para quem a desconhece e por vezes irreflectida por quem a ama……e sente por isso, e eu acho que é, a menina bonita mais triste do Mundo!

6.7.06


Entra nos meus olhos,
Olha-me da forma que te olho...
Faz com que tudo mude...
Cria novas perspectivas de mim,
Vê-me de outras formas,
Analisa-me...
Sente a minha pele na tua,
Ouve os meus segredos,
Realiza os meus desejos,
Abraça-me...
Cruza o teu olhar com o meu,
Aperta-me contra ti...
Faz-me sorrir...