20.3.06


Sinto-me capaz de o reconhecer se o vir passar. Sei que já muitas vezes o confundi com a necessidade de preencher o vazio, com a saudade de quem não volta mais, com a amizade que dava tudo para que fosse amor. Sei que o reconheceria... porque já tantas vezes o procurei no sítio errado, que aprendi onde não o vou nunca encontrar. Se lhe vir o rosto... os olhos, as mãos... Tudo me pode mentir, como já mentiu. Mas não os olhos. Não as mãos. Que esses não mentem. E nesse momento em que encontrar o que é verdadeiro e veio para ficar, vou confiar no que era estranho e desconhecido. Naquilo que me assusta... mas que não mente.