3.7.09
14.6.09
Insónia
É nas horas vazias de som que a ausência da tua voz me cala.
É nesta ausência de luz que te procuro e não encontro... mas que te sinto mais perto.
7.7.08
Às vezes é preciso mudar.
Mudar o que parece não ter solução, voltar a construir do zero, bater com a porta. Sair sem olhar para trás...
Às vezes é preciso apagar da memória todos os momentos, esquecer tudo, partir numa nova viagem, com um novo destino. Que conhecemos ou não, mas que decidimos. Mesmo quando o que mais queremos é ficar, na sensação morna mas já sem sentido, de vivermos no capítulo da nossa história que já conhecemos... mas que já não nos leva a lado nenhum. Na bagagem levo a certeza de que fiz o que podia e sabia, o que julguei mais certo. A consciência tranquila porque fiz como o coração me mandou.
9.3.08
Ela pode ser curta como um instante
Ou ser comprida como a própria vida.
Ela pode criar a ilusão de ser absoluta na fugaz
Realidade emprestada, ou, por fim...
Apenas um bocado do quase nada que restar.
O amor pode tudo se o invejoso despeito deixar;
Uma maçã grávida lançada no infinito
Chocando a serpente dentro dela...
Ele pode ser o louvor de todos os sentimentos,
E a penitência para o pecado não cometido.
Tem sido assim desde o princípio no paraíso,
Como um mal preciso ao equilíbrio universal.
Pode ser o grito do peito rasgando a camisa...
A verdade sem sentido de quem mente...
A brisa agonizante quebrando a vidraça da janela,
Ou o juramento de amar para sempre.
O amor pode ter a ordem ou desordem confusa...
Luz difusa de palavras habituando a alma
À ilusão do eternamente.
Nalgum lugar do caminho, uma mancha o aguarda.
Oculta, nas sombras da indiferença, ela espreita...
Quando os enamorados tardam em promessas,
Ela, que tem pressa, se aproxima crescendo
Faminta de desamor e lança dolorosas suspeitas.
Um clarão, vindo nunca se saberá de onde,
Vem com intensidade e desfaz a luz que parecia
Ser tamanha e abocanha sonhos...
A labareda das ventas do dragão queima o amor,
E o sangra...
O tomba...
E, sem dó, o reduz a pó,
E semeia a dor na paz que era do coração...
E a escuridão onde havia apenas uma sombra.
Um vento vindo da eclosão calada dos mistérios,
Vem e leva a poeira dos desejos veementes,
Para o silêncio da resignação sem esperanças,
E reduz tudo ao nada, friamente...sem piedade...
Porém resiste uma lembrança gravada para sempre,
No distúrbio quase demente do sofrimento.
Assim tem sido,
E assim será, independente da nossa vontade.
A.M.F.
17.2.08
Há dias que doem, uma dor de dois gumes, um que só quer acabar com a falta de sentido e o desperdício de tempo, outro que quer viver mais um dia na esperança de uma mão que lhe estenda...