13.11.07

... E de novo acredito que nada do que é importante
se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas,
dos instantes
e dos outros.
Comigo caminha tudo o que amei,
todos os que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada,
apenas a ilusão de que tudo podia ser meu,
para sempre.

7.11.07

O Beijo






6.11.07

A dor


Definitivo, como tudo o que é simples.
A dor não advém das coisas vividas,
mas das que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos porque esquecemos o que foi desfrutado
e passamos a sofrer pelos planos irrealizados...
Sofremos por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido
ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido e não tivemos,
por todos os espectáculos, livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, para sempre.
Sofremos não porque perdemos, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro vai nos sendo confiscado aos poucos, impedindo que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca e que,
esquivando-se do sofrimento,
nos faz perder a felicidade.



C. D. A.